Sexta-feira, 29 de Outubro de 2010

O Rodrigo Moita de Deus acaba por nos explicar, unindo os pontos, a mesma exacta razão (as sondagens e o seu conhecimento) pela qual Passos Coelho andou a brincar com o país, fazendo de conta que queria chegar a um acordo. Agora será obrigado a novo esforço, ainda que isso não lhe permita gozar em pleno os dividendos das sondagens, após levar um último puxão de orelhas da família PPE.

 

Adenda: "Sócrates recua e quer mais negociações" é um tratado de bom jornalismo de frete. Ia jurar que foi o PSD quem veio anunciar a ruptura.



publicado por André Salgado às 16:49 | link do post | comentar

Quinta-feira, 28 de Outubro de 2010

Ouvindo António Borges, numa conferência sobre "reformar o sistema financeiro" [a sério, não estou a brincar], atirar-se ao pescoço da economia portuguesa pela sua aposta em investimentos não produtivos, fica a dúvida:

O novo cargo do ex-delfim económico social-democrata foi uma compensação negociada entre o FMI e a Goldman Sachs ou veio num pacote adquirido de produtos financeiros tóxicos?



publicado por André Salgado às 18:58 | link do post | comentar | ver comentários (1)

É um dado muito interessante que poucas horas depois do PSD se ter retirado das negociações do orçamento [é importante lembrar que foi do PSD que partiu a iniciativa do rompimento], a jovem guarda social-democrata não tenha resistido à tentação [imprudências da juventude...] de revelar antecipadamente nas redes sociais os resultados de uma sondagem [que oficialmente estava ainda no segredo dos deuses], dando o PSD à beira da maioria absoluta e penalizando fortemente o governo pelo orçamento de austeridade inevitavelmente difícil para os portugueses. Ora, se a jovem guarda já a conhecia, não é difícil supôr que o quartel-general da São Caetano a conhecesse também, e antecipadamente, no preciso momento em que fechava nas negociações com o governo a sua associação às medidas de austeridade, duras para os portugueses e duras para as sondagens.

Uma grande coincidência ou a oportunidade perfeita para montar a farsa?

Diz-nos a experiência que em política não há coincidências.



publicado por André Salgado às 16:31 | link do post | comentar

 

Não deixa de ser uma fina ironia que o acordo orçamental tenha ficado a um submarino de diferença.



publicado por André Salgado às 01:37 | link do post | comentar

 

Pela tarde, um técnico especialista independente. Pela noite, a fazer política nos telejornais.



publicado por André Salgado às 01:29 | link do post | comentar

 

Se não faziam a mais pequena ideia onde ir buscar os 465 milhões, era tão mais fácil terem convocado para o A-Team da negociação do orçamento o informático responsável por recolher os palpites deste gabinete de estudos:

 



publicado por André Salgado às 01:06 | link do post | comentar

Sexta-feira, 22 de Outubro de 2010

"As gerações que dominaram a cena política, económica e empresarial nos últimos 30 anos geraram a oligarquia que trouxe Portugal a este ponto"

- António Nogueira Leite, "Não me resigno", no Correio da Manhã

 

Uma pessoa lê e relê o texto redondinho e fica na mesma. Com o quê, exactamente, não se resignará António Nogueira Leite? Ficam algumas hipóteses para tentar desvendar o misterioso enigma:

 

a) ANL não se resigna por fazer parte das "gerações que dominaram a cena política, económica e empresarial nos últimos 30 anos" e que "geraram a oligarquia que trouxe Portugal a este ponto", ou

 

b) ANL não se resigna por partilhar os corredores e os salões da São Caetano com "parte da classe política dessa geração", que "até já se acautelou pessoalmente à custa do dinheiro de todos", ou

 

c) ANL não se resigna por ter participado, como secretário de estado de Guterres, nos 15 anos de socialismo [bem, na verdade não foram 15, mas é compreensível que se esconda da memória colectiva o resultado que deu da última vez que o governo do país foi confiado à direita], que importa agora erradicar para nos levar ao paraíso, ou

 

d) ANL não se resigna por ter sido deixado a escrever que não se resigna para o Correio da Manhã, ao ser preterido por Eduardo Catroga na equipa a sério do PSD para negociar o orçamento.

 

Faites vos jeaux

 

 



publicado por André Salgado às 19:21 | link do post | comentar

O futuro ex-deputado Agostinho Branquinho foi tratar da sua vidinha para o Brasil, ingressando nos quadros da Ongoing. Não há qualquer virgindade ofendida no direito em trocar a sua vida de serviço público pelo seu futuro privado. A notícia só se torna interessante se recordarmos que há menos de um ano o deputado Branquinho não só não fazia ideia do que era a Ongoing, como, no decurso das audições da comissão parlamentar de ética sobre o exercício da liberdade de expressão em Portugal, confrontou o director do Diário Económico, António Costa, com a acusação de que a publicação, após a sua aquisição pela Ongoing, teria passado a ter uma linha editorial mais favorável ao governo.

 

Aqui chegados, das duas uma: ou o deputado Branquinho urdiu um sofisticado plano para ir influenciar a orientação da Ongoing a partir de dentro, ou, o que já adivinhávamos, a retórica que fez o país perder tempo com o extraordinário combate pelo exercício da liberdade de expressão foi isso mesmo, um exercício de retórica usado despudoradamente para fazer chicana política.

 

Para memória futura: a rapaziada da direita, que salivaria pelos ouvidos se o autor do salto fosse um malandro socialista, não conseguiu melhor que ensaiar esta quase envergonhada defesa do seu malandro. O deputado Branquinho é, afinal, um exemplo de transparência que todos devemos aplaudir porque renunciou ao seu mandato. Nem que fosse por uma superior ordem de razão geográfica: um pé em Lisboa e outro no Brasil poderia causar uma distensão muscular que não se deseja a ninguém.



publicado por André Salgado às 17:19 | link do post | comentar

O interessante nesta partilha do João Pedro Henriques, tomatadas à parte, é a constatação de uma evidência: o jornalismo [como em tantas outras coisas] chegou tarde à blogosfera e [como em tantas outras coisas] ainda não lhe compreende as regras, a história ou o seu ADN.

Nestas chafaricas, cada um é - sempre foi - respeitado ou ignorado por aquilo que escreve e pelo nome que lhe confere identidade, seja ele de nascimento, baptismo ou adopção, pseudónimo ou heterónimo. Vales pelo que escreves e, por muito que magoe egos mais sensíveis, um João Pedro Henriques vale tanto [no caso, não vale tanto] como um Valupi, um maradona ou uma zazie, para nomear alguns desses "cobardolas de merda". São as regras da casa. Se não lhes agrada brincar neste quintal, podem sempre chamar pelo respeitinho do papá e brincar às redacções.

O que é uma tragédia e uma comédia [há quem lhe chame tragicomédia] é o voluntarismo em regular o aceitável e o desprezível, vindo de um ajuntamento corporativo [sim, porque nesta paliçada o JPH está longe de se encontrar sozinho] que nem consegue regular-se a si próprio.

 

E é isto, amiguinhos. Agora, vão lá brincar e divertir-se, que a mamã depois chama para o jantar.



publicado por André Salgado às 01:18 | link do post | comentar

"Eu continuo a achar que Passos devia manter uma distância higiénica em relação a Sócrates. Aliás, acho que ele, agora, também deve pensar isso. Mas Passos, para o bem e para o mal, não saiu do seu caminho, um caminho que procura (procurava?) um "diálogo" com o PS. Com isto, demonstra coragem"

- Henrique Raposo, aqui.

 

Se o Henrique Raposo não estivesse tão enamorado consigo próprio, perceberia a infantilidade. Os jovens turcos acham e continuam a achar, de achismo, que iluminam o caminho. Diz alguma coisa da conta em que se têm. Diz muito mais do que acham do passismo.



publicado por André Salgado às 00:13 | link do post | comentar

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