Terça-feira, 28 de Junho de 2011

Há uns dias, o novo ministro da economia avisou que, "como todos sabemos, vêm aí tempos muito difíceis". Hoje, numa reunião com a CIP marcada pela "sintonia de posições", o mesmo ministro terá deixado a garantia "surpresas muito agradáveis a breve trecho" para os empresários. Sinais dos tempos?



publicado por Miguel Cabrita às 17:20 | link do post | comentar

A página 9 do público de ontem (edição papel) tinha uma notícia curiosa, assinada pela jornalista Sofia Rodrigues, sob o título "BE cumpre a paridade, PSD é o que mais se aproxima". Segundo o texto, o PSD tem 30 mulheres em 108 deputados, "ou seja, 29%". Os problemas começam aqui. 30 em 108 são, pelo menos segundo as máquinas de calcular mais utilizadas, 27,7%. Não há arredondamento que resista.

 

Por outro lado, "no PS contam-se 19 mulheres em 55 homens". As deputadas socialistas não tiveram direito a cálculo de percentagem, mas cá estamos para ajudar: 34,5%, acima dos 33% em boa hora definidos por lei como mínimo para as listas. E, em qualquer caso, bem mais que os 27,7% do PSD.

 

Toamando os números da notícia como correctos, e sem saber se incluem ou não alterações nas bancadas por "chamada" ao governo ou outros motivos, não restam grandes dúvidas que uma ou várias coisas correram mal neste pequeno exercício de matemática para a igualdade. O PSD tem mais deputadas em números absolutos (porque também tem mais deputados), mas está longe de ser "o que mais se aproxima" da paridade, como o título sugere. Apesar de tudo, e mesmo descontando com um certo estado de graça do partido vencedor, os números ainda mostram que é o PS...

 

Na verdade, seria até um bom sinal que fosse o partido que venceu as eleições a liderar essa preocupação...mas não é. Nem no parlamento nem no Governo, que pela primeira vez em muitos anos retirou à igualdade uma pasta própria.



publicado por Miguel Cabrita às 16:49 | link do post | comentar

- Carlos, trouxeste a Esfera Armilar?



publicado por André Salgado às 09:29 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Domingo, 26 de Junho de 2011

Alguém se lembrou do óbvio e tornou ainda mais patético o inaceitável miserabilismo e auto-rebaixamento que vêm fazendo escola entre os responsáveis políticos em Portugal. Acresce que já no passado havia instruções para que assessores e outro pessoal "não governamental" viajassem também em económica, pelo que a poupança real conseguida com este coelho retirado da cartola de Passos Coelho terá sido nula - incluindo no ridículo.

 

Verdade que o actual Governo não está sozinho. Mas some-se este episódio lamentável de pôr o primeiro-ministro do país a viajar lado a lado, por exemplo, com os finalistas da Escola Secundária de Massamá, à "oportunidade perdida" de ter um "verdadeiro independente" (dos que dizem mal dos políticos e dos partidos e tudo!) como segunda figura do Estado, ou à ideia de retirar da Assembleia e da esfera política o controle das contas públicas e da execução orçamental e percebe-se o caminho que está a ser seguido. Talvez começar as poupanças por economizar no populismo não seja má ideia...



publicado por Miguel Cabrita às 00:56 | link do post | comentar

Sexta-feira, 24 de Junho de 2011

A memória a reter - a única, por sinal - da estreia do novo primeiro-ministro na cimeira europeia, foi a revelação, diligenciada para que constasse, de ter optado por viajar em económica e não em executiva. O sinal dado ao povo, de assim se estar já a resolver o equilíbrio das contas públicas, deve ter provocado um curto-circuito em muitas cabecinhas que passaram os últimos anos a vituperar o governo de Sócrates por viver de propaganda.

A levar a sério a patetice, o que se seguirá? As deslocações oficiais a sairem dos ministérios a cavalo num burro? O anúncio de que os membros do governo só vestirão nos saldos da maconde? Eduardo Pitta retrata bem a pepineiraPedro Marques Lopes e Fernando Martins recordam-nos o triste fado: quando se trata de se enxovalhar e apoucar, não há ninguém tão voluntarista como a própria classe política. Depois queixem-se.



publicado por André Salgado às 10:56 | link do post | comentar

Quarta-feira, 22 de Junho de 2011

Passos Coelho começa a consolidar um traço até agora inédito num primeiro-ministro: o júbilo pela baixa expectativa.

O projecto "Nobre à presidência da assembleia da república" foi tão absurdamente mau, que, depois do embaraço e por efeito comparativo, a escolha subsequente de Assunção Esteves (uma escolha adequada, de entre várias boas escolhas possíveis) acabou levada em ombros como a mais genial na história parlamentar. Os mais entusiasmados até lhe enalteceram a particularidade de se tratar de uma mulher (!).

Veremos se a técnica fará escola como o modus operandi do governo do país: a mais elementar medida de governação seria recebida como a síntese de um conselho de iluminados, sejam os portugueses brindados primeiro com uma medida absurdamente desmiolada.



publicado por André Salgado às 19:14 | link do post | comentar

Sábado, 18 de Junho de 2011

(à atenção dos novos governantes, ao especial cuidado do ministro da educação)

 

1/3 ministros "independentes" (ainda por cima quase todos "académicos" sem qualquer percurso político conhecido - é ir ver a "taxa de sucesso")

+

1/3 ministros com um mínimo de experiência governativa (a este nível, Portas é o mais "experiente"!)

+

1/3 ministros do partido que ganhou as eleições (mais um que o parceiro de coligação, portanto)...

 

...será que isto chega para fazer um governo?



publicado por Miguel Cabrita às 19:31 | link do post | comentar

Um petit comité do aparelho laranja (com o inevitável Relvas à cabeça); as Finanças e a Economia entregues a dois académicos (bem-vindos à realidade e boa sorte), sem experiência ou peso político (mais boa sorte ainda) e que não terão sido as primeiras escolhas; um cobrador de impostos na Saúde (agasalhem-se); e a ausência de um peso-pesado do CDS, para além de Portas (Mota Soares nunca se terá imaginado a ministro e Assunção Cristas trilhando o mesmo fabuloso destino de Teggy "filha e neta de militares" Caeiro: qualquer quadro do CDS estará habilitado, por osmose, a ser um homem ou mulher da lavoura).

Duas notas desconstrutivistas: um super-ministério da Educação para quem preconizava a sua implosão e o concílio da negação de um ministério da Cultura com o prémio-carreira a Viegas, o secretário de estado.

Existem diversos enredos interessantes de acompanhar e falta ainda o contingente secundário, mais propício a acomodar a família. Mas uma coisa é clara: ao contrário do que foi acenado ao país, o elenco ficou aquém, muito aquém, de se cumprir como o "dos melhores dos melhores".



publicado por André Salgado às 11:01 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Quinta-feira, 16 de Junho de 2011



publicado por André Salgado às 09:10 | link do post | comentar | ver comentários (6)

Quarta-feira, 15 de Junho de 2011

 

A horas de ser conhecido o elenco ministerial, e com ele o novo ministro da saúde; e sabendo que esta é uma das áreas em que o PSD (e o CDS?) tem intenção de "ir mais longe que o acordo da troika", é bom ter em atenção isto

 

Sem surpresas, o editorial do mesmo jornal (sem link) tenha outra opinião. Mas as cautelas nas reformas da saúde são bem mais do que "resistência à mudança" e seria bom que os editorialistas do Público e que os decisores do novo governo se lembrassem que mesmo a coligação de direita da liberal Inglaterra, que para outras coisas tanto gostam de invocar, anda bem mais devagar do que alguns gostariam...



publicado por Miguel Cabrita às 11:55 | link do post | comentar

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