Sexta-feira, 3 de Dezembro de 2010
"Desliguei-me da política e renovei a minha carteira de jornalista, a minha profissão desde 1991. Os meus direitos como pessoa e como jornalista - desde logo, de perguntar seja o que for a seja quem for - e o primeiro-ministro não é intocável, como os corporativos parecem pensar - não podem ser postos em causa em função das minhas antigas ou actuais opções políticas. Ou será que eles julgam que podem?"
- Paulo Pinto Mascarenhas, jornalista interessado em saber o que o wikileaks lhe poderia contar sobre Sócrates, apagando depois o seu tweet de contacto, aqui.
Não, Paulo, os seus direitos como pessoa [?] e como jornalista não são, nem podem ser - evidentemente - postos em causa. Pergunta o que muito bem entende, a quem muito bem entende, sobre quem muito bem entende. Que sinta necessidade de apagar o rasto às suas perguntas, isso é um constrangimento que só lhe diz respeito a si. O que pode, evidentemente, e como qualquer pessoa, é ser publicamente escrutinável, em nome de algo tão simples como a mais elementar e saudável transparência, para que fiquemos - todos nós e os seus leitores em particular - esclarecidos sobre as motivações políticas do trabalho jornalístico da nossa praça. Ganhamos todos. Principalmente os seus leitores, que poderão, com peso e medida, avaliar cada uma das suas curiosas palavras: "desliguei-me da política".
André, quanto a transparência, esta só é exigível quando é praticada também por quem a exige. Ou seja, a minha vida profissional - e o intervalo na política - podem ser escrutinados porque eu nunca escondi qualquer facto sobre o assunto. Pelo contrário, sempre o escrevi. Ao contrário de outros jornalistas - e também de muitos políticos que escrevem na blogosfera. Por exemplo, não sei - como não devem saber a maioria dos leitores deste blogue - se o André é ou não do Partido Socialista ou se faz parte do actual Governo - ou do anterior. É que não convém chamar aos outros o que se é... entricheirado, neste caso.
De Andre a 7 de Dezembro de 2010 às 00:35
"a minha vida profissional - e o intervalo na política "
Esse foi o período em que era politico profissional?
E em que momento deixou de o ser?
Acordou uma bela manhã e disse: ahhh... "desliguei-me da política".
Que bela anedota.
De Sousa Mendes a 6 de Dezembro de 2010 às 16:13
Isto de ligar e desligar opções e convicções políticas e misturar isso com a entrega do cartão ou o interregno da militância politica é como misturar alhos com bugalhos.
Salvo o devido respeito pelo PPM , o facto de ter deixado de ser militante partidário, assessor ou assim, pode não afectar as opções partidárias ou politicas, por isso deveria ser obrigatório, como nos states , que os jornalistas, comentadores, opinion makers , etc. fizessem declaração de interesses nos artigos que escrevem.
Evitava-se esta conversa da pseudo-independência, coisa que não existe, a não ser na cabeça de alguns fingidores. Como diria o poeta!
Deviam respeitar a memória de jornalistas que foram militantes de partidos durante toda a vida, nomeadamente do PS, é o que vos digo.
Comentar post