"a direita não estava preparada para governar"
- António Pires de Lima, 2005
E seis anos depois? Uma depuração de 5-cinco-5 líderes, para se chegar à tríade Passos Coelho – Miguel Relvas – Marco Antonio.
Assustador? Bem, talvez haja um programa ou uma ideia para o país.
Na verdade, há alguma coisa: o pouco que conhecemos foi barro de tão má qualidade, que logo foi raspado da parede. O que ainda não conhecemos deve preocupar - e muito - os portugueses.
Uma coisa sabemos: no momento em que o euro e o projecto europeu tricotam a sua resistência, no momento menos aconselhável e mais crítico para Portugal nos últimos 25 anos, não resistiu à tentação de rasteirar o governo do país, comprometendo o próprio país à sua pressa em chegar ao poder.
Enfrenta agora um de dois caminhos curiosos pela frente:
Dando-se o caso de vencer as eleições precipitadas, será um exercício fascinante de ser visto, o de explicar aos portugueses a necessidade de medidas de austeridade idênticas ou - inevitavelmente - mais gravosas do que as que rejeitou e que serviram de pretexto para fazer cair o governo.
Dando-se o caso de perder as eleições precipitadas, bem pode enterrar-se com a areia que sobrou depois de ter enterrado o esforço dos portugueses.
Em qualquer dos casos, não vai ser bonito.
Recordar é viver:
"a direita não estava preparada para governar"
Acrescenta-se: nem os portugueses para isso.
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