Mudar o nome dos balcões do BPN para BIC Laranja e esperar que desta vez corra melhor.
Mensagem final do líder:
- Se não crescermos, estamos fritos. Isso já sabíamos, sabemos agora a estratégia: aprrenderr a serr alemão e ter fé. Se não chover, estaremos frritos.
No fim, todos cantaram o hino, menos o busto de Sá Carneiro.
- A renovação dirigente foi minimalista e cumpriu quotas. Sai uma senhora azeda e cansada, Paula Teixeira da Cruz, entra uma senhora de écharpes dinâmicas, Teresa Leal Coelho. Sai um excêntrico, Diogo Leite Campos, entra outro excêntrico, Pedro Pinto, resgatado à tralha santanista. A espectacular promoção do Rodrigo Moita de Deus acrescenta graçolas de oportunidade à direcção do partido, colmatando, também neste aspecto, a saída de Diogo Leite Campos. Jorge Moreira da Silva assume a coordenação política para que Passos possa dedicar-se à governação do país, o que é uma boa notícia passados nove meses de governo.
- Este é também o congresso das reabilitações: Jardim, depois de ter levado a Madeira à bancarrota, não só não é para criminalizar, como já está perdoado. José Luís Arnaut recupera uma posição que bem conhece, o de presidente dos financiamentos ilegais. Com a recomendação de algum cuidado com a Somague.
- Houve mais anúncios de comissões para questionar o anterior governo do que congressistas inscritos para falar. Ou não havia muito para dizer, ou o país não está a correr bem ao governo.
- Congresso que é congresso tem sempre o azeiteiro de serviço. Neste foi o Menezes pai. Desta vez não chorou, mas fez umas piadolas de caserna com o Sócrates, que teve o desplante de ir estudar, em vez de fugir como o Barroso ou de fazer como fez o Santana (bom, afinal o Santana foi omtido na comparação). Para futuros congressos levo mais fé no Menezes filho: mais novo, margem de progressão e pinta de político-modelito dos Gato Fedorento.
- Pura inabilidade, a forma como o assunto Teixeira dos Santos ensombrou os trabalhos. Tivesse sido levado a votação, era eleito para a comissão política. Passos Coelho viria então alertar para o que tinha acabado de acontecer e tudo acabava em bem, evitando-se a desorientação.
Enquanto aguarda pela eleição da nova direcção, o congresso votou sem querer que deixava de eleger a nova direcção. Não fora a pronta intervenção de Passos Coelho e a reunião ainda acabava antes da hora de jantar, arriscando-se a votar a própria extinção do partido. O insólito episódio deve ter tido, pelo menos, a vantagem de reduzir bastante a short list dos congressistas convidáveis para dirigir os destinos do partido que dirige os destinos do país. Esta saiu-lhe do lombo.
Ideias principais da sessão de abertura:
- "Marteladas", "sair do lombo", "para inglês ver". É o que temos. Empobrecer o país, empobrecer o discurso político. Rasca, para chegar aos portugueses.
- Mensagem política confusa, errática, cheia de lugares comuns. Para usar a linguagem do primeiro-ministro, foi preciso "suar as estopinhas" para encontrar um fio condutor e ainda assim não se percebeu "um chavelho".
- O primeiro-ministro que avisa que não deixará de culpar a oposição pelo estado a que a sua governação for chegando, é o mesmo primeiro-ministro que pisca o olho a Alberto João Jardim. Esse mesmo, o do estado a que a Madeira chegou.
- Os companheiros autarcas estão convidados a não sairem do congresso sem criticar o que houver para criticar. Mas com cuidadinho, não se vá dar o acidente de se perder mais uma freguesia ou duas.
Episódio Teixeira dos Santos:
Foi quase comovente ver alguns ilustres social-democratas, confusos e sem perceberem patavina do que se estava a passar, a elogiar o currículo e as competências do ex-ministro que gostariam de pôr atrás das grades. Há muito que não me ria com tanto gosto.
Dúvida do fim-de-semana:
Será desta que o partido presta a merecida homenagem a Maria João Avillez?
Lisboa, 2010 - Forças policiais agridem jornalista num país cada vez mais crispado com o governo socialista.
Lisboa, 2012 - Forças policiais agridem jornalista porque são coisas que acontecem.
O fantástico professor Catroga, empossado de mandato político, negociou a assinatura do futuro governo do PSD no memorando de entendimento que previa o corte nas rendas da EDP.
O fantástico professor Catroga, condecorado com um cargo dourado na EDP pelos seus bons préstimos políticos, vem defender que o patrão, afinal, não tem rendas para serem cortadas.
No dicionário do comum dos portugueses, isto acaba na letra S de sem vergonha na cara. Mas começa na letra F, a percorrer à imaginação de cada um.
No princípio da descida da Calçada de Carriche, ainda junto ao Lumiar, um outdoor com um imenso céu azul e um sinal de proibido chamou-me a atenção e pensei que se tratava de mais um teaser de uma qualquer campanha publicitária. Descubro dias depois que é um dos 18 outdoors espalhados por Lisboa numa iniciativa de arte pública promovida pela P28 (no caso, ao que leio, da autoria de Pedro Cabral Santo). Perfeito seria que fossem 180, ou 1800, para despoluir a cidade. E o carácter.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
correio.da.vida@gmail.com
vitor gaspar; schauble; conversa privada