Quebrando o gelo com uma piada engraçada (o "jornalismo político" protege o PS e Sócrates), o Henrique Raposo lamenta-se por não haver ainda mais direita nos jornais e nas televisões. Se contarmos presidentes de grupos de comunicação, accionistas, linhas editoriais mal disfarçadas, redacções com verdadeiros núcleos laranjinhas, legiões de comentadores, ex-presidentes do PSD, economistas, fiscalistas e achistas, o desejo do Henrique Raposo só não será possível de concretizar por esgotamento de stock.
Pede, depois, que lhe expliquem, "como se fosse muito burro", o interesse da CS nisto, desviando-se da sua verdadeira vocação: malhar mais no Sócrates. Uma vez que é o Henrique a pedir, não custa tentar:
"A escolha de um deputado por parte do PSD (expliquem-me, como se eu fosse muito burro, como é que a escolha de um possível deputado é mais importante do que tudo aquilo que está aqui por cima?)"
Não fosse o caso de se tratar da escolha do possível presidente da assembleia da república, que se alimentou de um discurso desdenhoso para com os partidos e os cargos políticos e que tinha recusado ser candidato a qualquer lugar por qualquer partido, tinhas carradas de razão, brother.
"As negas dos Capuchos a Passos"
Dos Capuchos e das Ferreiras Leites e dos Marques Mendes e dos Menezes e dos Nogueiras, and counting. No léxico político, isto tem um nome (se for preciso, depois explico noutro post).
"As perguntas óbvias e legítimas de Passos sobre as contas públicas (uau, perguntar sobre a ruína das contas públicas é mais grave do que o próprio descalabro das contas públicas. Genial, ah?!)"
Perguntar sobre as contas públicas (que são auditadas pelo TC, INE, Eurostat, CE , BCE), com papelinhos a sair do bolso do casaco e na presença da Troika da CE, do BCE e do FMI, que está cá precisamente para isso e nem quer acreditar no circo montado, uau, é um número e tanto, não é?
"As declarações de Santana Lopes"
A direita que agora o quer varrer para debaixo do tapete é a mesma direita que fez de Santana Lopes PM de Portugal. E que sustentou durante muito tempo (alguns ainda o sustentam) a lenga-lenga de que ainda hoje seria PM de Portugal se Sampaio não tivesse promovido a "golpada". Em que ficamos? Criaram o "bicho" e agora querem esconder o "bicho"?
Não sei se me consegui explicar como se o Henrique Raposo fosse muito burro, mas tenho as minhas limitações. Ao contrário de um mito urbano que vem de longe, não tenho muito jeito para o desenho.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
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vitor gaspar; schauble; conversa privada