Não tendo, desde há seis anos, tempo para outra coisa, o Partido Social Democrata, que se vangloria de possuir uma equipa de crânios a estudar dossiers, revela-se incapaz de apresentar uma ideia ao país - uma só, que seja - que não acabe em confusão, com os seus responsáveis políticos a corrigirem-se, desdizerem-se e desmentirem-se sucessivamente.
O prof. Catroga - que, note-se, não é um fiscalista taralhouco qualquer, tratando-se tão-só do coordenador do programa do PSD - tem-se desdobrado em entrevistas, defendendo de forma clara e reiterada uma proposta fiscal de significativo impacto político. Passos Coelho, depois de andar a meter os pés pelas mãos, sentiu-se obrigado a vir dizer que nada disso ia acontecer, que o prof. Catroga estava por sua conta, e que ele é que mandava lá em casa, desmentindo publicamente o coordenador do seu próprio programa.
Como disfarçar mais esta enorme trapalhada? Fácil. Convoca-se o dr. Nogueira Leite, que com a sua proverbial elegância, vai explicar ao país que a culpa é do eng. Sócrates, chamando-lhe mentiroso, pela enésima vez.
Como está bom de se ver, os portugueses, que gostam de ser comidos por parvos, sabem bem que é por culpa do "mentiroso do Sócrates" (a indigência política e intelectual favorita da direita truculenta) que podem assistir ao confrangedor espectáculo do PSD a espalhar-se pela cidade, trapalhada atrás de trapalhada.
Ah, e já tinha dito que Passos Coelho mandou dizer que é ele quem manda lá em casa?
andré salgado
miguel cabrita
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vitor gaspar; schauble; conversa privada