Um conjunto de respeitáveis ex-governantes cavaquistas cria um banco que vem a ser responsável pela maior fraude financeira de que há memória no país. Entre as suas extraordinárias operações, o próprio prof. Cavaco Silva, reputado economista, beneficia de uma aplicação financeira de excepção às suas humildes poupanças, daí retirando um dividendo a taxas de totoloto, sem que nada lhe pareça suspeito.
Quando o buraco começa a tornar-se público e indisfarçável, o Estado, perante o risco sistémico que poderia arrastar a banca nacional, faz o que lhe compete, assumindo os destinos do banco, mesmo com o risco de poder vir a descobrir um buraco muito maior do que o esperado. Por esta altura, importa recordá-lo, um dos tais respeitáveis ex-governantes cavaquistas garantia que o "probleminha" era coisa pouca e que se resolvia com a injecção de uns trocados, como se viu.
Ao mudar o turno nos destinos do Estado, um novo governo social-democrata vende o banco a um grupo representado por outro respeitável ex-governante cavaquista, por menos de metade da melhor oferta conhecida e com o Estado a garantir uma injecção de capital e a custear o despedimento de metade dos funcionários. De brinde em brinde, ainda nomeia um dos respeitáveis ex-governantes cavaquistas envolvidos na gestão da sociedade que detinha o banco para um cargo destacado na Caixa Geral de Depósitos, gerindo o dinheiro de todos nós.
A responsabilidade, dizem-nos sem se rirem, é da herança socialista.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
correio.da.vida@gmail.com
vitor gaspar; schauble; conversa privada