1. Os detalhes podem ser muito interessantes: o famoso "desvio", que o governo tanto se esforçou por colar à execução do primeiro trimestre - mesmo que nenhum indicador o sustentasse - é afinal, diz-nos o porta-voz da troika, uma avaliação das contas nacionais do primeiro semestre, i.e., incluindo as dificuldades excepcionais a que as finanças do país foram expostas no segundo trimestre, gentil oferta da crise política provocada pelo PSD, cujas consequências se tentaram esconder debaixo do tapete. E inclui rubricas curiosas, como os custos imprevistos com a privatização do BPN - é a chamada taxa Mira Amaral.
2. Depois de se fazer anunciar na comunicação social, com pompa e circunstância, uma conferência de imprensa para divulgar os tão esperados cortes na despesa, o ministro das finanças apareceu a informar os portugueses... da antecipação de novos aumentos de impostos. Ou os assessores de imprensa do governo andam a ser tomados por parvos, ou reina a balbúrdia no conselho de ministros. Ou as duas coisas.
3. Não só ninguém vê sinal dos cortes na "gordura" do Estado (há, é verdade, o ar condicionado do ministério da agricultura) - o que qualquer blogger doutrinado em liberalismo por correspondência (ou mesmo o Henrique Raposo) saberia como fazer com uma perna às costas - como só assistimos a sucessivas antecipações de aumento de impostos. Mas parece que está tudo a correr muito bem.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
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vitor gaspar; schauble; conversa privada