Carlos Nunes Lopes, nos bons tempos em que ainda não era chefe de gabinete do secretário de estado das Obras Públicas:
Entretanto, como o mundo dá muitas voltas...
(imagem rapinada ao Eduardo Pitta. clique na imagem para aumentar)
Só não se sabe, até porque ninguém mais lhe pôs a vista em cima, se o Carlos tem aparecido no gabinete ou se estará em greve de absentismo, protestando contra o endividamento pelo investimento público.
Eu percebo muito pouco de política, mas de português ainda lá vou, e percebo que retirar frases do contexto é sempre um exercício complicado. Logo na frase a seguir à que seleccionou, vem "pois se não o fizer haverá lugar a indemnizações e perda de fundos comunitários". A questão a ser colocada aqui é: quanto teria de ser pago em indemnizações? quanto dinheiro se perderia de fundos? É que é preciso perceber que o "comboio" já estava em andamento quando estes senhores lá chegaram, começado por outros senhores lá para trás, de PS e de PSD em conjunto, se a memória não me falha...
Só demonstrando isso se pode de facto fazer um juízo imparcial. Retirar uma frase de um artigo parece-me um pouco mesquinho, mas lá está, posso ser eu que não percebo nada de política...
Caro Ricardo,
Não existe qualquer omissão de contexto. O contexto está bem visível e é da responsabilidade da notícia do Público.
A questão das indemnizações e dos fundos que se perderiam, bem como os compromissos internacionais já assumidos pelo estado português, eram já do domínio público quando os responsáveis do actual governo, então na oposição, garantiam a pés juntos que mesmo assim o TGV não era para avançar. O que se demonstra é que em campanha eleitoral, ou para dividendos de combate político, é fácil assumir posições levianas, para não dizer pouco sérias, sobre assuntos complexos. É este o juízo e não qualquer outro.
Obrigado pelo seu comentário.
André,
Obviamente que os compromissos estavam assumidos, assim como estavam a noção das indemnizações e fundos comunitários, não sei se completa ou não. É um facto que na altura já se sabiam dessas coisas, e que o "combate político" leva a estas incoerências, mas também é facto que a proposta apresentada é diferente da que foi proposta pelo anterior executivo, aparentemente mais poupada pelo facto de só ter uma linha (não sei se será bom ou não, não conheço os pormenores técnicos).
Além do mais, acho que o problema da "desonestidade política", levada a cabo em campanha ou enquanto se é oposição, é um mal que afecta toda a classe política. Veja-se o caso do PS e da Madeira: o problema do buraco não é de agora, e nunca durante o governo socialista se ouviu falar que acabavam os fundos para a Madeira, apesar de ser público (pois os dados do INE foram recolhidos de forma pública, o INE não tem investigadores privados a trabalhar para eles, presumo) que a dívida se ia acumulando. Agora é que foi com grande surpresa que se viu estes dados? Mas porquê, querem convencer as pessoas que não os conheciam?
Falta lealdade no debate político em Portugal, concordo, mas a muitos, não apenas a alguns. Por isso, o que considero salutar é a discussão clara sobre tudo, não o retirar frases de contexto, mantendo este clima de guerrilha...
Subscrevo, Ricardo, e infelizmente nem sempre é fácil ser fiel a essa coerência. Contextualizando o caso em apreço, apenas recordo que a posição dos responsáveis do actual governo, então na oposição, era de que não haveria linha nem meia linha, mais poupado ou menos poupado. Não haveria TGV, um investimento diabolizado, ponto.
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