Uma caravana partidária atira very-lights contra as instalações de um jornal entoando cânticos incendiários e insultuosos. O presidente desse partido, que por acaso é primeiro-ministro do país, não acha necessário dizer uma palavra de censura ou condenação ou repúdio. Nenhum órgão do partido tomou posição ou emitiu qualquer comunicado. O site (e o twitter, e o facebook) do dito partido não têm nenhuma referência ao assunto: a última actualização é uma declaração do secretário-geral que na noite das eleições se apressou a saudar a vitória do PSD e a "responsabilidade cívica" dos madeirenses, deixando por esclarecer se nesse conceito incluía o festival de hooliganismo que se seguiu, contra a pouca comunicação social independente que opera no arquipélago-jardim.
Aparentemente, nenhum jornalista achou até agora pertinente questionar o líder do PSD ou qualquer outro responsável nacional do PSD sobre este assunto. Asfixia democrática sabemos que não é, isso acabou há uns meses; será talvez um caso de amnésia ou de irrelevância da notícia - e da substância, que na Madeira, no que toca a respeito pela democracia e pelas liberdades, não é muita.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
correio.da.vida@gmail.com
vitor gaspar; schauble; conversa privada