Terá sido usada ontem na televisão, pelo Paulo Trigo Pereira, uma boa metáfora para descrever Pedro Passos Coelho: um serial killer que atira a tudo o que mexe. O afã dos sucessivos pós-PEC4 assim o sugere, de facto.
Mas trata-se, na verdade, de um serial killer com uma característica curiosa e não muito vulgar: é completamente bipolar. Ou selectivo. Para umas coisas, PPC é um serial cutter que usa uma tesoura de cortar peixe para emagrecer à bruta "gorduras" (leia-se subsídios, salários, pensões); para outras, é um serial pumper (os "sacrifícios" ou a carga fiscal, por exemplo), recorrendo a um método doloroso e lento que faz inchar a carga fiscal até a economia, atrofiada, não poder mais.
Ou seja, tudo ao contrário do que sempre disse. Talvez para descobrir, agora sim, o tal "limite para os sacrifícios" que se podem pedir às pessoas de que falava o presidente da maioria e o que significa a palavra "intolerável", que tantos tanto usaram e que agora parece ter desaparecido de circulação.
andré salgado
miguel cabrita
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vitor gaspar; schauble; conversa privada