(imagem do Público)
É cada vez mais cristalino que a relutância do governo em explicar o colossal desvio que imputa ao governo anterior - e que lhe tem servido de respaldo para o programa de terraplanagem da coesão social do país e do seu horizonte de recuperação - resulta da necessidade em esconder a evidência, que até as instituiçóes internacionais repetidamente assinalam, de que a fatia de leão do desvio se deve à obra do PSD no BPN e na Madeira.
Mas esconde mais. Esconde a falta de coragem do governo em assumir a plenitude das suas opções políticas e ideológicas e esconde o pânico, que o executivo já começa a ter por consciente, perante as perspectivas do desastre anunciado para onde este receituário suicida nos está a empurrar.
É também interessante que não faltem voluntários para dar cobertura ao embuste: o presidente do movimento Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, veio explicar aos incautos que o PS é hipócrita ao pedir explicações e que o país não tem muito ganhar com a exibição pública dos buracos e o PS menos ainda, por ser o autor material de quase todos - precisamente o que se pede para ser demonstrado.
O extraordinário no que Pedro Ferraz da Costa nos quer dizer, é que o país nada tem a ganhar com o dever de transparência e decência democrática do governo da república em explicar, de forma clara, o que afirma, mas que o mesmo já não é verdadeiro quanto a essa exibição pública ser utilizada para imputar uma acusação por demonstrar. Os portugueses devem comer a verdade que lhes é servida e calar. Isto está a ficar irrespirável.
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vitor gaspar; schauble; conversa privada