Como outros murros no estômago recentes, para utilizar um conceito que se tornou emblemático do discurso político deste governo, nada de muito imprevisível. Será, talvez, o "choque com a realidade", na inesquecível expressão de Nuno Crato. E um passo mais na espiral que se auto-alimenta, pré-anunciada e tudo: "em 2012, serão necessárias mais medidas".
A Fitch elogia o governo mas, ao contrário do que Relvas e Passos antes das eleições, não é por haver "outro governo" que "as mesmas medidas" (as mesmas não, bem piores) conseguiriam "acalmar os mercados". Ou este governo não tem credibilidade, ou talvez não seja esse o problema. E enquanto continuamos todos entretidos, um destes dias deixará de ser possível proceder a mais desvalorizações do rating da república, dos bancos, de todos nós.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
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vitor gaspar; schauble; conversa privada