"Somos um clube de gente de bem, que sabe receber, que sabe estar. Ao contrário de outros, já não estamos na pré-história". Paulo Pereira Cristóvão, vice-presidente do Sporting.
A julgar pelo modo diligente e irresponsável como se dedicam a atear fogueiras, ninguém diria. Durante uma semana, os dirigentes de um clube da segunda circular seguiram o exemplo de Passos Coelho com a "agitação" nas ruas e inventaram uma "questão" em torno de um dispositivo de segurança que existe em inúmeros estádios europeus.
A "questão" terminou como as imagens documentam: um incêndio de dimensão apreciável no sector de um estádio de outro clube da segunda circular no sector ocupado pelos adeptos e pelos dirigentes que se recusaram a ficar na tribuna de honra. Sobre essa ocorrência, o mesmo dirigente (antigo membro de uma força de investigação criminal) disse que "não sabia de nada": "enquanto lá estive, não aconteceu nada". Como na pré-história, a informação circula devagar.
Os regulamentos talvez prevejam multas pesadas e a interdição do estádio de clubes cujos adeptos são responsáveis por este tipo de ocorrência. Energúmenos e selvagens há em todo o lado, o que não se espera é que sejam caucionados por quem tem responsabilidades. E ao contrário de Passos Coelho, que teve sorte com a brandura dos incidentes localizados na greve geral, os dirigentes do Sporting tiveram a mesma pouca sorte (e arte) da equipa dentro de campo. Que, pelo menos, sirva de lição.
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