No tempo em que os castiços - nos blogs e não só - até um rim da mãezinha vendiam para sustentar a tese da claustrofobia democrática (que entre umas idiotices menores, se traduziu, basicamente, pelo desassombro pouco habitual com que um primeiro-ministro dizia o que pensava das Mouras Guedes e dos Crespos e pela estória caricata de um jornalista do Público se ter sentido psicologicamente impreparado para o que seria o sonho de qualquer um que tivesse acertado na profissão - um primeiro-ministro responder-lhe pessoalmente a uma questão timidamente colocada por e-mail), faziam-se manifestações em frente ao parlamento, aproveitando a hora de almoço dos convivas, pela democracia e a liberdade de expressão.
Hoje, quando se acaba com um programa em canal público, após uma crónica incómoda para o governo e seus amigos, os mesmos castiços que ontem suavam pela democracia e pela liberdade de expressão, relativizam a preocupação:
- se calhar até era de bom tom esclarecer isto melhor. mas na volta até foi uma decisão normalíssima que nada teve a ver. sim, é capaz de ter sido isso. ainda por cima os gajos tinham umas opiniões esquisitas, não admira que tenham acabado com aquilo. ainda bem que mostrámos do que somos feitos quando fizemos as manifestações.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
correio.da.vida@gmail.com
vitor gaspar; schauble; conversa privada