Já é uma tradição: poucas horas depois de Passos Coelho ter jurado a pés juntos na RTP que o PSD, caso chegasse ao governo, não eliminaria a taxa intermédia do IVA, Eduardo Catroga - que é só o coordenador do programa eleitoral do PSD e candidato assumido a qualquer coisa entre ministro das finanças e algo mais - desmentiu letra por letra o seu líder e questionou a razão de ser dessa taxa intermédia.
"Há um potencial: a taxa intermédia do IVA. Quem a criou foi o eng. Guterres. No meu tempo havia apenas a taxa mínima e a máxima, tal como na maior parte dos países. Na discussão do OE já quisemos definir o cabaz básico [a que se aplica], mas o PS não deixou. A taxa intermédia serve para quê? Há aqui um grande potencial de aumento de receita. Tal como há no aumento do IVA da electricidade, são cerca de 400 milhões de euros".
(Eduardo Catroga, Público, 11/Maio, pág. 5)
Desta vez não é nenhum "movimento" da "sociedade civil". Nem nenhum militante ou dirigente do PSD desalinhado. Isto de falar mais do que um membro do núcleo duro de Passos Coelho sobre o mesmo assunto é um perigo.
p.s.
Estranha-se que Catroga não apenas não se insurja contra mas pareça até defender com conforto o aumento do IVA na electricidade. Afinal, usa-se o argumentário da descida da taxa social única em nome da competitividade das empresas por via da diminuição custos de produção nos custos do trabalho, mas parece que isto não vale para tudo, porque se aumenta consideravelmente a factura da electricidade - dos particulares...e das próprias empresas, também.
Adenda: Vale a pena ler o texto do Paulo Pedroso no Banco Corrido sobre isto.
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