Tem sido noticiado que Vítor Gaspar foi "apanhado" numa conversa "privada" com Wolfgang Schauble antes da última recente reunião do Eurogrupo. Manda a verdade dizer que é Schauble quem fala o tempo todo e que Gaspar parece tentar desviar a conversa assim que pode para a "european framework". E manda a razoabilidade entender que Gaspar não pode mandar calar o seu interlocutor nem virar-lhe costas a meio de uma frase.
Por isso, e além do conteúdo da conversa, a questão é ainda outra. É que conversas "informais" tidas nos breves minutos em que a sala do Conselho é aberta a uma turba de repórteres para gravar imagens dificilmente serão "privadas". Nem podiam ser, dada a exiguidade do espaço. Ora, está muito longe de ser a primeira vez que Schauble, como todos os outros, está naquela situação. Já todos lidaram com jornalistas e captação de imagens em centenas de ocasiões anteriores, no Conselho ou noutros contextos.
Por isso, das duas uma. Ou quem fala não tem noção nenhuma do que está a fazer e então a famosa "má moeda" (neste caso, o mau euro) não é mesmo um problema exclusivo de Portugal, ou quem fala tinha a exata noção de onde estava, do que estava a dizer e a quem.
andré salgado
miguel cabrita
paula mascarenhas
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vitor gaspar; schauble; conversa privada